sexta-feira, 29 de abril de 2011

Infografia - recolha de exemplos

Aquando da aboradagem da quarta Proposta de Trabalho- Infografia, foi-nos proposto pela docente a recolha de cerca de dez exemplos de ilustrações infográficas estáticas.
















O que é Infografia?

Objetivo

O objetivo primordial da Infografia é a representação visual da informação. Seja estática ou dinâmica, a Infografia é um recurso cada vez mais utilizado em jornais, revistas, web e editoração. Os recursos visuais são amplos: desde mapas, gráficos e diagramas até ilustrações complexas que expressam uma ação, um fato histórico ou um procedimento. É uma das áreas de maior expansão na comunicação visual e no mercado editorial.

Em suma, a  infografia significa a apresentação visual de dados, sejam dados estatísticos, sejam mapas o diagramas. Trata-se das três formas que a infografia adopta no jornal impresso. Crie uma ilustração infográfica a partir de um tema à sua escolha. A infografia deverá ser apresentada em documento A4 mas poderáser realizada no formato que o aluno julgar mais conveniente para o seu trabalho.


Origens:


As raízes da infografia têm sua origem na pré-história. Os primeiros mapas foram criados milénios antes da escrita. Os mapas mais antigos que se conhece foram encontrados na antiquíssima cidade de Çatal Hüyük, na Turquia, e datam de cerca de 6200 a.C., estando pintados numa parede.
Em 1626, Christoph Scheiner publicou Rosa Ursina sive Sol, Usou uma série de imagens para explicar a rotação do sol no tempo (por manchas solares).
Em 1786, William Playfair publicou o primeiro gráfico no seu livro "The Commercial and Political Atlas". Este é repleto de gráficos estatísticos que representam a economia no século XVIII na Inglaterra usando gráficos de barra.


Da Vinci tentou entender os fenómenos, descrevendo-os em detalhe extremo, não enfatizando experiências ou explicações teóricas.
Ao longo da sua vida, planeou uma enciclopédia baseada em desenhos detalhados.
Realizou autópsias e elaborou desenhos anatómicos extremamente detalhados, inclusive sobre o corpo humano, de anatomia comparativa.
Entre 1510 e 1513, estudou fetos, de que resultaram obras que podem ser consideradas como infografias de grande complexidade.


Evolução:
A partir da década de 1920, surgiram tecnologias que permitiram o envio de imagens via cabo ou antenas, e na década de 1960, os satélites encurtavam as distâncias, permitindo que factos ocorridos no mesmo dia em locais distantes pudessem ser informados. Mas o que realmente influenciou a utilização de infografias foi a digitalização de dados a partir dos anos 1980.


Porém, a infografia teve sua importância ou visibilidade aumentada na Guerra do Golfo. Isso deveu-se à escassez de fotografias, o que exigia uma expressão gráfica mais contundente. O advento da interface gráfica a partir da chegada dos Macintosh e Windows 95 catapultou as possibilidades visuais no jornalismo.


Com a chegada de programas de interface gráfica para criação de sites agregando elementos media e recursos visuais numa única plataforma, a infografia tornou-se, definitivamente, uma maneira eficiente de tratar a informação.
Sites como e elpais.es, em Espanha e G1, no Brasil, têm secções específicas para o recurso visual em referência.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Proposta final do Trabalho sobre a Cor

O objectivo desta terceira proposta é essencialmente:

Imagem editada


The Harry Pottter and the Goblet of Fire
Para a segunda imagem escolhemos o filme “Harry Potter and the Goblet of Fire”. Tal como a do “Nightmare Before Christmas” esta também é bastante sombria, portanto optamos por torna-la um pouco mais alegre.
Em último plano, na imagem original, encontramos uma paisagem repleta de nevoeiro. Portanto, optamos por colocar o céu azul mais claro, mas mantivemos algumas nuvens e o reflexo do sol. Alteramos os montes para um verde fluorescente, à semelhança da imagem que alteramos anteriormente.
Colocamos o mar de um azul mais forte do que o céu, para imprimir mais energia à imagem. Para contrastar com o verde dos montes e com o azul do mar, colocamos as cabines de um vermelho vivo, criando um apontamento de cor.
Como a paisagem ficou bastante viva, em primeiro plano apenas alteramos alguns pormenores. No Harry Potter colocamos a camisola num vermelho mais vivo e salientamos as riscas amarelas na mesma. Relativamente ao casaco, colocamo-lo mais num tom verde brilhante. Optamos por manter a Fleur igual, pois esta está de prateado. Ao Cedric (a terceira personagem) apenas salientamos as linhas amarelas do fato, à semelhança do Harry. Ao Krum apenas resolvemos alterar o casaco para um vermelho mais vivo. Relativamente ao Ron, demos uma tonalidade azul vivo ao casaco e à camisa da Hermione também demos uma tonalidade lilás mais viva.


Imagem Original

 Imagem editada


Alice in Wonderland
Para a terceira imagem optamos pelo filme “Alice no País das Maravilhas”, também de Tim Burton.
Esta também era uma imagem bastante escura, portanto, à semelhança das anteriores resolvemos criar uma imagem mais alegre.
Para esta decidimos passar as personagens, Tweedledee e Tweedledum, para smurfs e a Alice para smurfina. Colocamos os calções dos gémeos brancos e o resto do corpo colocamos a azul. Relativamente à Alice, colocamo-la com um vestido branco, com o cabelo loiro e com o resto do corpo azul, tal como os gémeos.
O céu, que estava enevoado, alteramos para azul e para a parede de tijolos utilizamos a sua cor complementar, o laranja, para contrastar. Alteramos o relvado para verde fluorescente e alteramos as trepadeiras em diferentes tons de verdes mais vivos, colocando apenas dois tons mais escuros.


Imagem Original

Iamgem editada


  • Compreender e utilizar as propriedades e os significados da cor para valorizar a comunicação visual;
  • Compreender a cor enquanto elemento organizador e criador de hierarquias através dos conceitos de contraste e harmonia;
  • Utilizar a cor como elemento de ligação visual para construir composições;
  • Promover a investigação acerca do significado, carácter simbólico e associações particulares de uma cor dentro de um dado contexto cultural;
Aplicando desta forma a cor à comunicação visual.


The Nightmare Before Christmas
 
A primeira imagem escolhida foi do filme “The Nightmare Before Christmas” de Tim Burton. A original está bastante sombria, repleta de roxos e pretos. A lua, amarela, sobressai para dar destaque a Jack, a personagem principal. Tal como as abóboras laranjas que sobressaem ao roxo.
Na imagem criada por nós quisemos passar uma mensagem mais alegre, para tal inspiramo-nos no filme de Tim Burton, “Charlie e a Fábrica de Chocolate”.
Alteramos a cor do casaco de Jack, em vez de preto colocamos vermelho, o céu colocamos azul claro e optamos por manter a lua com a mesma cor da imagem original pois era uma amarelo bastante claro. Os montes decidimos modifica-los e coloca-los em diferentes tons de verde fluorescente, para criar uma ideia mais alegre. Decidimos colocar as cruzes e túmulos presentes sobre os montes de cor-de-laranja para contrastar com o verde. Contudo, as abóboras mantivemos iguais pois também contrastavam com os montes.
Os tijolos colocamos castanhos, inspirando-nos nos rios de chocolate que surgem no “Charlie e a Fábrica de Chocolate”. Por último, também decidimos deixar a cerca roxa.
Inicialmente as letras do filme eram amarelas, porém pouco contrastavam com o verde. Portanto, optamos por coloca-las a vermelho, visto que esta é a cor complementar do verde.


Imagem Original

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Simbologia das cores

"A cor é um meio de exercer uma influência directa na alma".
                                                             Kandisky, Wassiliy





Significado das Cores

É um fato que as cores têm uma grande influência psicológica sobre o ser humano. Existem cores que se apresentam como estimulantes, alegres, optimistas, outras serenas e tranquilas, entre outras. Assim, quando o Homem tomou consciência desta realidade, aprendeu a usar as cores como estímulos para encontrar determinadas respostas e, a cor que durante muito tempo só teve finalidades estéticas, passou a ter também finalidades e funcionalidades práticas. É possível pois, compreender a simbologia das cores e através delas dar e receber informações. Vejamos alguns exemplos de Psicodinâmica das Cores:
  • O VERDE é a cor mais harmoniosa e calmante de todas. Representa as energias da natureza, esperança, perseverança, segurança e satisfação; fertilidade. Facilita a comunicação com as plantas e os devas da natureza. Simboliza: vida nova, energia, fertilidade, crescimento e saúde. Usada em excesso, determina orgulho, superioridade e arrogância.
  • O VERMELHO é a cor mais quente, ativa e estimulante. Fortalece o corpo e dá mais energia física, impulso sexual (vermelho cereja), força de vontade, conquista, liderança e senso de auto-estima. Deve ser usado, antes das refeições, por quem tem problemas digestivos e circulatórios. Se usado em excesso, o vermelho torna a pessoa agressiva e briguenta; Simboliza: perigo, fogo, sangue, paixão, destruição, raiva, guerra, combate e conquista; cor de aproximação e encontro. Melhor usado às terças-feiras (dia de Marte).
  • A cor AMARELA ou DOURADA, desperta novas esperanças no caso de resignação de doentes que desistiram da cura. Dá vivacidade, alegria, desprendimento, leveza. Produz desinibição, brilho, espirituosidade e espiritualidade. Diminui a ansiedade e as preocupações; fortalece os olhos e os ouvidos além de ajudar na cura da artrite. Atrai dinheiro e poder. Atrai pessoas alegres para a sua vida, rejuvenesce e traz charme; constrói confiança, dá poder de persuasão, energia e inteligência. Traz luz para a solução de problemas, ajuda a reter conhecimentos e desenvolver a sabedoria. Usada em excesso, torna a pessoa irresponsável e volúvel. O Amarelo simboliza: criatividade, as idéias, o conhecimento, alegria, juventude e nobreza. .O Dourado simboliza: vibração elevada, vigor , inteligência superior e nobreza. Melhor usado aos Domingos.
  • A cor AZUL ajuda a baixar a pressão arterial, acalma e traz clareza mental. Produz tranqüilidade, ternura, afetuosidade, paz de espírito e segurança. Reduz o stress e a ansiedade, traz saúde emocional, paz e calma. Promove o entendimento entre as pessoas. Favorece as atividades intelectuais e a meditação. Deve ser usada, ao acordar, por quem tem problemas respiratórios. Simboliza: devoção, fé, aspiração, sinceridade, lealdade, confiança e tranqüilidade. Não possui contra-indicações.
  • O VIOLETA é uma cor metafísica. É também a cor da alquimia e da magia. Ela é vista como a cor da energia cósmica e da inspiração espiritual. A cor violeta e excelente para purificação e cura dos níveis físico, emocional e mental. Ajuda a encontrar novos caminhos para a espiritualidade e a elevar nossa intuição espiritual. Traz poderes mentais. Deve ser usada para combater a insônia. Simboliza: dignidade, devoção, piedade, sinceridade, espiritualidade, purificação e transformação. Quando usada em excesso acaba provocando manias e fanatismo. Melhor usar à quintas-feiras (dia de Júpiter).
  • O Castanho representa a constância, a disciplina, a uniformidade e a observação das regras. Atrai dinheiro ganho através do trabalho e conecta a pessoa à Mãe Terra. Usado em excesso traz autocrítica exagerada, dependência afetiva e isolamento. Absorve a negatividade, mas a retém, devendo ser sempre limpo, de alguma forma.
  • O CINZA ou o PRATEADO, dá equilíbrio e estabilidade, por ser o equilíbrio do preto e do branco. Não deve ser usado por quem sofre de memória fraca. É usado para cancelar ou neutralizar encantamentos que não servem mais aos nossos propósitos. Melhor dia para usar – na segunda-feira.
  • O PRETO transmite introspecção, favorece a auto-análise e permite um aprofundamento do indivíduo no seu processo existencial. Absorve, transmuta e devolve as energias negativas, transformadas em positivas. Remove obstáculos, vícios e emoções não desejadas.O uso em excesso traz melancolia, depressão, tristeza, confusão, perdas e medo. Por isso, jamais deveria ser usado por pessoas que acabaram de perder um ente querido. O amarelo seria o mais indicado. Melhor usado aos sábados (dia de Saturno).
  • O BRANCO traz pureza, sinceridade e verdade; repele energias negativas e eleva as vibrações; equilibra a aura; facilita o contato com os guias espirituais e com os ancestrais; gerencia o equilíbrio interior, proteção, instinto, memória, partos, cuidado de animais domésticos e de crianças, sonhos. Também pode ser usado como coringa, para todos os propósitos, substituto para qualquer cor. Melhor dia para usar, segunda-feira.
  • O LARANJA é a mistura do vermelho com o amarelo, portanto traz as qualidades dessas duas cores e deve ser usado, ao deitar, nas articulações, juntas doloridas, dores de coluna, ciática, hérnia de disco, etc. Traz sucesso, agilidade mental, atrai boa sorte e prosperidade; desencoraja a preguiça. Melhor dia para usar, quarta-feira. Simboliza: encorajamento, estimulação, robustez, atração, gentileza, cordialidade, tolerância e prosperidade.
  • O ROSA é o vermelho, temperado com as qualidades do branco. É romance, amor espiritual (sem conotação sexual). Eleva as vibrações e o contato espiritual, afasta energias negativas e promove fraternidade. Melhor usado às sextas-feiras (dia de Vênus).

terça-feira, 19 de abril de 2011

Proposta de Trabalho 3 - recolha de exemplos da utilização da cor


Nesta terceira proposta foi-nos incumbido pela docente a recolha de exemplos de imagens que utilizassem propriedades cromáticas identificativas de sensações/significados.
O objectivo desta terceira proposta é essencialmente:

  • Compreender e utilizar as propriedades e os significados da cor para valorizar a comunicação visual;
  • Compreender a cor enquanto elemento organizador e criador de hierarquias através dos conceitos de contraste e harmonia;
  • Utilizar a cor como elemento de ligação visual para construir composições;
  • Promover a investigação acerca do significado, carácter simbólico e associações particulares de uma cor dentro de um dado contexto cultural;
Aplicando desta forma a cor à comunicação visual.












segunda-feira, 18 de abril de 2011

A Cor

O que é a cor?

Para entender as cores, é preciso antes falar de luz.
A luz branca (praticamente a totalidade da luz proveniente do Sol) é composta de radiações de diversos comprimentos de onda. Cada comprimento de onda corresponde a uma cor – ou seja, ao ser captado individualmente por nossos olhos, ele é convertido em impulsos elétricos que fazem o cérebro perceber aquela cor. O vermelho, por exemplo, tem comprimento de onda de 0,7 mícron (0,7 milésimo de 1 milímetro) e o amarelo, de 0,6 mícron. No século 17, o físico inglês Isaac Newton deixou isso claro em um experimento usando um prisma: quando a luz solar atravessava o vidro, cada cor seguia uma direção diferente, pois cada uma delas tem comprimento de onda e velocidade diferentes.

Assim, se usarmos um prisma para decompor a luz solar e colocar o olho “na direção” de onde vem o laranja, veremos laranja; se colocarmos os olhos na direção do azul, veremos azul, e assim por diante. Mas esse é só o começo da história. Digamos que você sai à rua com uma camisa amarela. Ao ser iluminada pela luz do Sol, ela tem a propriedade de absorver todas as cores, exceto o amarelo. Portanto, de todas as cores que chegam à camisa, a única que é rejeitada – e que prossegue seu caminho entre a camisa e seu olho – é a cor amarela. Porque é que isso acontece?

“Porque a camisa tem pigmentos. Esses pigmentos não absorvem o amarelo, do mesmo jeito que outros pigmentos rejeitam o vermelho ou o azul”, diz Abá Persiano, professor do Departamento de Física da UFMG. “Por isso, o amarelo proveniente do Sol será rejeitado por sua camisa, que o refletirá em todas as direções, inclusive para os seus olhos – e você verá amarelo.” É como se a fonte do amarelo estivesse na sua camisa, mas na realidade essa fonte está no Sol ou nas lâmpadas que usamos. Se você entrasse em um lugar sem luz alguma, a camisa seria preta.

Do ponto de vista físico, o amarelo existe, sim, pois existe um comprimento de onda (0,6 mícron) que, ao ser capturado por seus olhos, é convertido em impulsos elétricos específicos, que vão ao cérebro e o fazem concluir: “É amarelo”. Mas a camisa amarela, a rigor, não é amarela. Ela tem os chamados pigmentos amarelos, que “não gostam” do amarelo e não o absorvem, refletindoo para os seus olhos.

Da mesma forma que a camisa amarela, um objeto branco iluminado pelo Sol reflete todas as cores. Já um objeto preto, por absorver todas as cores, não reflete nada para os seus olhos – assim como o fundo desta página. O mistério sobre as cores está em descobrir o que levou os seres humanos a desenvolverem células capazes de diferenciar as 3 cores primárias (verde, azul e vermelho, das quais surgem todas as outras cores). Uma das teses dos estudiosos da evolução humana é que esse espectro de cores nasceu por meio de uma mudança de hábitos alimentares da nossa espécie, que, por uma necessidade de ampliar o leque de alimentos, privilegiou a visão em detrimento do olfato.

Por Eduardo Sklarz

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Proposta Final de Tipografia- Ricardo Reis


Ricardo Reis


Para realizarmos a composição tipográfica de Ricardo Reis, foi-nos exigido que incluissemos os seguintes versos:

“Ser-me-ás suave à memória lembrando assim à beira rio.
Pagã triste e com flores no regaço”

e também, à semelhança dos projectos anteriores, o texto a Times, de tamanho 12.
O elemento chave desta composição é a flor, uma margarida, que simboliza a pureza da pagã que transporta as flores no regaço, remetendo-nos, ainda, para as próprias flores. Visto que este é o elemento chave, optamos por colocar cor no caule, verde, por simbolizar a vida, pois esta não se refere apenas “ao homem, mas também a tudo o que cresce” (HELLER, 2000:107). Ao longo da flor utlizamos os versos:

 “Ser-me-as suave à memória
Lembrando assim à beira rio
pagã triste”,

no gineceu colocamos “pagã triste” e nas pétalas “flores no regaço”. Nestes dois últimos elementos utilizamos variantes entre brancos e cinzentos, para criar ligeiros contrastes.
Utilizamos ainda o conjunto resultante das pétalas e do gineceu para criar movimento na composição, variando o tamanho. Visto que esta composição já tem diversos elementos, optamos por utilizar o tipo de letra Myriad Pro, pela sua simplicidade, à semelhança dos projectos anteriores.
Os versos
“Ser-me-as suave à memoria
lembrando assim à beira rio”

foram colocados no canto superior direito para simbolizar a suavidade e a leveza do verso e colocamo-los ondulados como simbologia às ondas do rio.
No texto a Times, tamanho 12 colocamos:

“Ricardo Reis nasceu a 19 de Setembro de 1887. É um dos heterónimos mais conhecidos de Fernando Pessoa, tendo sido imaginado de relance pelo poeta em 1913 quando lhe veio à ideia escrever uns poemas de índole pagã. Nasceu no Porto, estudou num colégio de Jesuítas, formou-se em medicina e, por ser monárquico, expatriou-se espontaneamente desde 1919, indo viver para o Brasil. Ricardo Reis era latinista por formação clássica e semi-helenista por autodidactismo. Na sua biografia não consta a sua morte, contudo José Saramago faz uma intervenção sobre o assunto no seu livro “O ano da morte de Ricardo Reis”, situando a morte deste em 1936. As primeiras obras de Ricardo Reis foram publicadas em 1924, na revista Athena, fundada por Fernando Pessoa. Mais tarde foram publicadas oito odes, entre 1927 e 1930, na revista Presença, de Coimbra. Porém, os restantes poemas e prosas são de publicação póstuma.

Este, também discipulo de Caeiro, admira a serenidade e a calma com que este encara a vida, portanto procura atingir a paz.”

Colocamos o texto com a forma do perfil de uma mulher, a simbolizar a pagã. Mais uma vez, optamos por colocá-lo em cincento escuro para não sobressair tanto na composição. Decidimos, ainda, colocar o nome do poeta, Ricardo Reis, e o verso “pagã triste e com flores no regaço” em forma de lágrima para realçar a ideia da pagã triste. Utilizamos duas, uma maior e outra mais pequena, uma mais em baixo e outra mais acima, para simbolizar o movimento da lágrima, a sua queda.

Proposta final de Tipografia- Álvaro de Campos


Álvaro de Campos


Para Álvaro de Campos, a proposta de trabalho requeria os seguintes versos:

 “ó rodas, ó engrenagens,
 r-r-r-r-r-r-r-r eterno
Forte espasmo retido dos maquinismos em fúria”

e, como na proposta relativa a Alberto Caeiro, um texto a Times, de tamanho 12.

Para esta proposta decidimos seguir a mesma linha de Alberto Caeiro, portanto decidimos manter o fundo preto.

Álvaro de Campos era um poeta futurista, e, à semelhança da estética futurista, que “Prometia fazer a apologia da maquina, da velocidade, da luz e da própria sensação dinâmica” (PINTO et all, 2008:44), e por isso tentamos imprimir movimento a esta proposta. Juntamos, deste modo, duas engrenagens, na parte superior, para dar a sensação de movimento, como se estivessem ligadas uma à outra, a girar. A engrenagem no canto superior direito vem reforçar o sentimento futurista de Campos, sempre ligado aos maquinismos e às engrenagens.

Na composição tentamos realçar mais o “rrrrrrrr eterno”, optando por colocar diversos r’s descrevendo, quase, uma curva, estando os do lado esquerdo na sua posição normal, enquanto que os do lado direito se encontram voltados para a esquerda, de modo a criar uma certa dinâmica à imagem. Como alteramos bastante a forma das letras optamos por escolher um tipo de letra mais simples, o Baskerville.

Outro elemento que também decidimos destacar foi a palavra “fúria”. Visto que na proposta anterior destacamos um elemento de cor (o nome Alberto Caeiro), nesta achamos interessante realçar mais um elemento. Colocamo-la a vermelho, por ser a cor da raiva, “da guerra. A Marte, deus da Guerra, atribuia-se a cor vermelha, a cor do sangue” (HELLER, 2000:65). Modificamos, ainda, a dimensão das letras e rodamo-la ou para a esquerda ou para a direia para criar, mais uma vez, dinamismo e simbolizar a fúria dos maquinismos. À semelhança do que fizemos no “rrrrrr eterno”, também optamos por usar o tipo de letra Baskerville, por já termos alterado bastante a forma das letras e ser mais simples.

Visto que a composição imprimia já bastante movimento, decidimos manter o “Forte espasmo retido dos maquinismo em” mais simples, optando pelo tipo de letra Myriad Pro, visto ser uma letra mais simples e com linhas mais rectas, escolhemos também a cor cinza por ser mais neutra.

O texto a Times, de tamanho 12 utilizado foi:

“Álvaro de Campos é um dos heterónimos mais conhecidos do poeta português Fernando Pessoa. Este fez uma biografia para cada um dos seus
heterónimos e declarou assim que Álvaro de Campos: “Nasceu em Tavira, teve uma educação vulgar de liceu; depois foi para Glasgow, Escócia,
estudar engenharia naval. Numa férias fez a viagem ao Oriente de onde resultou o Opiário. Agora está aqui em Lisboa em inactividade.”

Como a composição estava já bastante preenchida, optamos por posiciona-lo no canto direito na vertical, a cinzento escuro, de modo a seguir a linha da proposta anterior e ficar mais subtil na composição.

Para o nome do poeta, ao contrário da proposta anterior, optamos por coloca-lo menos chamativo. Colocamo-lo, portanto entre as engrenagens, como se estivesse a rodar com elas, em movimento. Como optamos por algo mais simples optamos pelo tipo de letra Myriad Pro, tal como nas espirais da proposta de Alberto Caeiro.

Proposta Final de Tipografia- Alberto Caeiro


Alberto Caeiro



Para a composição tipográfica de Alberto Caeiro foi-nos exigido que esta tivesse os seguintes versos:

Tristes das almas humanas, que poem tudo em ordem
Que traçam linhas de coisa a coisa.
Que põem letreiros com nomes nas árvores absolutamente reais e
desenham paralelos de latitude e longitude.
Sobre a própria terra inocente  e mais verde a florida do que isso”

e que nela constasse um texto em fonte Times de tamanho 12.

Portanto, para esta composição optamos por escoher preto como cor de fundo, para dar mais relevância e contraste à espiral de letras brancas criadas. Decidimos colocar os versos em espiral pois neles Caeiro critica as tristes “almas humanas, que poem tudo em ordem. Que traçam linhas de coisa a coisa”. Optamos, ainda, por repetir e alterar a escala das espirais para contrariar a ordem que Caeiro tanto critica. Assim, as espirais estão espalhadas o longo da parte esquerda da composição, situando-se uma maior no canto superior direito. A letra usada nos versos das espirais foi a Myriad Pro, por ser uma letra de mais fácil leitura, visto que as espirais já são mais complexas.

O nome de Alberto Caeiro foi colocado no meio, à direita, a verde. Optamos pelo uso da cor para destacar o nome na composição. Verde pois Caeiro é o poeta da natureza, portanto esta foi a cor mais indicada para o que queriamos transmitir. O tipo de letra que utilizamos foi o Apple Chancery, pois, mais uma vez, utilizamos a alusão de Alberto Caeiro ser o poeta da Natureza e como tal não podia ser um tipo de letra rígido, nem com linhas direitas, como por exemplo a Times ou a Arial, pois nada na natureza é a direito. A Natureza está repleta de formas, de curvas, portanto este tipo era um dos mais indicados para utilizar.

No texto a Times, tamanho 12, colocamos o seguinte texto:

Alberto Caeiro nasceu a 16 de Abril de 1889 e morreu no ano de 1915. Este é considerado o mestre ingénuo dos heterónimos e do próprio Fernando Pessoa, apesar de apenas ter a instrução primária.

Foi um poeta ligado à natureza, que despreza e repreende qualquer tipo de pensamento filosófico, afirmando que “pensar é estar doente dos olhos”. Proclama-se, assim, anti-metafísico. Afirma que, ao pensar, entramos num mundo complexo e problemático onde tudo é incerto e obscuro. À superficie é fácil reconhece-lo pela sua objectividade visual, que faz lembrar Cesário Verde, citado muitas vezes nos poemas de Caeiro pelo seu interesse pela natureza, pelo verso livre e pela linguagem simples e familiar. Apresenta-se como um simples “guardador de rebanhos” que só se importa em ver de forma objectiva e natural a realidade. É um poeta  de completa simplicidade e considera que a sensação é a única realidade.Caeiro consegue submeter o pesar ao sentir o que lhe permite viver sem dor, envelhecer sem angústia.”

Colocamos este texto a cinzento escuro para ficar mais neutro em relação ao resto da composição, de modo a sobressairem mais as espirais e o nome do poeta.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Biografia de Ricardo Reis

Ricardo reis - Biografia




Ricardo Reis nasceu em Lisboa, às 11 horas da noite do dia 28 de Janeiro de 1914. Foi discípulo de Alberto Caeiro, de quem adquiriu a lição de paganismo espontâneo. Há informação dando conta de que teria embarcado para o Brasil em 12 de Outubro de 1919. Em Ricardo Reis,


"Há a renúncia de quem atingiu
os píncaros da humana lucidez
e abstrai seus conceitos de impertinência e símbolos
da contemplação voluntária de uma natureza
quem o homem iguala
à essencialidade ideal que lhe basta"


Esse heterónimo pessoano, numa arte poética particularmente sua, procurou sempre o mais alto, o impossível até, para encrostar uma poesia refinada, concisa, elíptica, cunhada em linguagem esmerada e com vocabulário algo alatinado. São ontológicas, suas modernizadas odes horacianas: "Lídia", "Coroai-me de Rosas", "O mar Jaz" e "Sábio é o que se Contenta", todas de 1914. De 1916 são mercantes: "Não a Ti, Cristo" e "Não a Ti, Cristo, Odeio...". Nestas odes, prevalece o apolíneo comprovado por uma moderna consciência do fazer artístico. Muitas delas apareceram primeiramente publicadas na revista Athena e, principalmente, na Presença, sempre indiferentes ao social, mas acentuadamente consciente da efemeridade da vida.


Reis leva o paganismo de Caeiro à sua expressão mais ortodoxa, através de um neoclassicismo neo-pagão consciente, cultivando a mitologia greco-latina. Clássico por excelência, idealista e platônico no amor, constata o efêmero da vida e anseia, no íntimo, por uma fenomenológica eternidade terrena.


Segundo Linhares Filho, sob a perspectiva do ser, pode-se dizer que Ricardo Reis ama o impossível, mas sob a perspectiva do "Parecer", ele


"ama o infinito porque mais do que todos
se apega à vida, desejando-a infinda,
sob a simulação de resignar-se com a transitoriedade."


Como se observa, amando o impossível ou o infinito, Ricardo Reis sempre procurou os píncaros, como a fugir (fingindo) de uma realidade terrena que verdadeiramente queria viver, eternamente.

Biografia de Álvaro de Campos

Álvaro de Campos - Biografia




Álvaro de Campos nasceu em 15 de outubro de 1889. Engenheiro, inquieto e sensacionista, representa a parte mais audaciosa a que Pessoa se permitiu, através das experiências mais barulhentas do futurismo português, inclusive com algumas investidas no campo da ação político-social.

Para tanto, fez a adoção do cotidiano através do versilibrismo, integrando-se à civilização da máquina com o dinamismo e a inquietude do pós-guerra (la guerra). Essa atitude comprova a sua consciência moderna do fazer artístico, preocupada com o existencial, e, principalmente, com o aproveitamento do que é possível de se extrair da emoção.

A trajetória poética de Álvaro de Campos está compreendida em três fases. A primeira, da morbidez e do torpor, é a fase do "Opiário", oferecido a Mário de Sá-Carneiro e escrito enquanto navegava pelo Canal do Suez, em março de 1914. A segunda fase, mais mecanicista e Whitmaniana, é onde o Futurismo italiano mais transparece num aclimatamento em terras de Portugal. Nessa fase, Campos seria,

"Um Whitman com um poeta grego dentro.
Pois Pessoa o coloca numa dupla seqüência:
a de uma arte orientada pelo ideal grego
e a dos cantores de hinos a civilização moderna
e sensações por ela provocadas."

É nessa fase onde a sensação é mais intelectualizada. A terceira fase, do sono e do cansaço, aquela que, apesar de trazer alguma coloração surrealista e dionisíaca, é mais moderna e equilibrada se apresenta. É nessa fase em que se enquadram: "Lisbon Revisited" (l923), "Apontamento", "Poema em Linha Reta" e "Aniversário", que trazem, respectivamente, como características, o inconformismo, a consciência da fragilidade humana, o desprezo ao suposto mito do heroísmo e o enternecimento memorialista.

O que se constata, finalmente, é que Álvaro de Campos, a despeito de intelectualizar as sensações e apresentar laivos surrealistas, é a personalidade pessoana que mais se aproximou de uma poesia realista, e, também, quem mais foi marcado pelos caracteres da modernidade.

Biografia de Alberto Caeiro

Alberto Caeiro - Biografia



Alberto Caeiro da Silva nasceu em Lisboa, em abril de 1889, e na mesma cidade faleceu, tuberculose, em 1915. Passou quase a vida inteira numa quinta de Ribatejo. Lá escreveu O Guardador de Rebanhos e uma parte de O Pastor Amoroso, que não foi completado. No mesmo local, escreveu ainda alguns poemas de Poemas Inconjuntos, vindo este a se completar já em Lisboa, quando lá o autor voltou, já no final da vida. Aliás, da vida de Caeiro não há o que narrar; sua vida e seus poemas se confundem.

Simples, Caeiro parte do zero, quando regressa a um primitivismo do conhecimento da natureza. Mestre de Ricardo Reis e Álvaro de Campos, a eles ensinou a filosofia do não filosofar, a aprendizagem do desaprender. Compôs uma poética da contemplação, hiperbólica, de linguagem espontânea, discursiva, e prosaica, por extirpar do texto, ao máximo, a conotação tradicional. Considerando o mais contraditório dos heterônimos, atinge o poético pelo apoético, ou seja, conota quando denota, já que usa o inusitado.

Este heterônimo pessoano, diante da possibilidade de se infelicitar com o sol, os prados e as flores que contetam com sua grandeza, procura minimizá-los, comparando-os com eles próprios. Nessa redução do mundo, fica mais latente o "nada". Daí ser ele o heterônimo que nada quer. Mesmo assim, enquanto tenta provar que não intelectualiza nada, é que mais intelectualiza entre as personalidades pessoanas, parece usar o raciocínio sem querer demonstrar isso. Daí ser o mais infeliz, por restringir o mundo, além de fugir do progresso e a ele renunciar.

Caeiro faz uma poesia da natureza, uma poesia dos sentidos, das sensações puras e simples. Foi por isso que procurou, na serra, sentir as coisas simples da vida com maior intensidade.

Sendo o mais intelectualizado entre as personalidades pessoanas, Caeiro foi o que menos se preocupou com o trabalho formal do poema. Daí o comentário crítico do seu discípulo Ricardo Reis:
"Falta nos poemas de Caeiro
aquilo que deveria completá-los a disciplina exterior.
Não subordinou a expressão
a uma disciplina comparável àquela a que subordinou,
quase sempre, a emoção e sempre, a idéia."

Como afirma Reis Caeiro, sem muitas preocupações formais, foi o filósofo das personalidades pessoanas. Mesmo o tempo todo não querendo nada e trabalhando o lado mais simples da linguagem, a denotação, conseguiu, de maneira surpreendente, elaborar um inusitado monumento poético.