quinta-feira, 7 de abril de 2011

Proposta Final de Tipografia- Alberto Caeiro


Alberto Caeiro



Para a composição tipográfica de Alberto Caeiro foi-nos exigido que esta tivesse os seguintes versos:

Tristes das almas humanas, que poem tudo em ordem
Que traçam linhas de coisa a coisa.
Que põem letreiros com nomes nas árvores absolutamente reais e
desenham paralelos de latitude e longitude.
Sobre a própria terra inocente  e mais verde a florida do que isso”

e que nela constasse um texto em fonte Times de tamanho 12.

Portanto, para esta composição optamos por escoher preto como cor de fundo, para dar mais relevância e contraste à espiral de letras brancas criadas. Decidimos colocar os versos em espiral pois neles Caeiro critica as tristes “almas humanas, que poem tudo em ordem. Que traçam linhas de coisa a coisa”. Optamos, ainda, por repetir e alterar a escala das espirais para contrariar a ordem que Caeiro tanto critica. Assim, as espirais estão espalhadas o longo da parte esquerda da composição, situando-se uma maior no canto superior direito. A letra usada nos versos das espirais foi a Myriad Pro, por ser uma letra de mais fácil leitura, visto que as espirais já são mais complexas.

O nome de Alberto Caeiro foi colocado no meio, à direita, a verde. Optamos pelo uso da cor para destacar o nome na composição. Verde pois Caeiro é o poeta da natureza, portanto esta foi a cor mais indicada para o que queriamos transmitir. O tipo de letra que utilizamos foi o Apple Chancery, pois, mais uma vez, utilizamos a alusão de Alberto Caeiro ser o poeta da Natureza e como tal não podia ser um tipo de letra rígido, nem com linhas direitas, como por exemplo a Times ou a Arial, pois nada na natureza é a direito. A Natureza está repleta de formas, de curvas, portanto este tipo era um dos mais indicados para utilizar.

No texto a Times, tamanho 12, colocamos o seguinte texto:

Alberto Caeiro nasceu a 16 de Abril de 1889 e morreu no ano de 1915. Este é considerado o mestre ingénuo dos heterónimos e do próprio Fernando Pessoa, apesar de apenas ter a instrução primária.

Foi um poeta ligado à natureza, que despreza e repreende qualquer tipo de pensamento filosófico, afirmando que “pensar é estar doente dos olhos”. Proclama-se, assim, anti-metafísico. Afirma que, ao pensar, entramos num mundo complexo e problemático onde tudo é incerto e obscuro. À superficie é fácil reconhece-lo pela sua objectividade visual, que faz lembrar Cesário Verde, citado muitas vezes nos poemas de Caeiro pelo seu interesse pela natureza, pelo verso livre e pela linguagem simples e familiar. Apresenta-se como um simples “guardador de rebanhos” que só se importa em ver de forma objectiva e natural a realidade. É um poeta  de completa simplicidade e considera que a sensação é a única realidade.Caeiro consegue submeter o pesar ao sentir o que lhe permite viver sem dor, envelhecer sem angústia.”

Colocamos este texto a cinzento escuro para ficar mais neutro em relação ao resto da composição, de modo a sobressairem mais as espirais e o nome do poeta.

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