quinta-feira, 7 de abril de 2011

Proposta final de Tipografia- Álvaro de Campos


Álvaro de Campos


Para Álvaro de Campos, a proposta de trabalho requeria os seguintes versos:

 “ó rodas, ó engrenagens,
 r-r-r-r-r-r-r-r eterno
Forte espasmo retido dos maquinismos em fúria”

e, como na proposta relativa a Alberto Caeiro, um texto a Times, de tamanho 12.

Para esta proposta decidimos seguir a mesma linha de Alberto Caeiro, portanto decidimos manter o fundo preto.

Álvaro de Campos era um poeta futurista, e, à semelhança da estética futurista, que “Prometia fazer a apologia da maquina, da velocidade, da luz e da própria sensação dinâmica” (PINTO et all, 2008:44), e por isso tentamos imprimir movimento a esta proposta. Juntamos, deste modo, duas engrenagens, na parte superior, para dar a sensação de movimento, como se estivessem ligadas uma à outra, a girar. A engrenagem no canto superior direito vem reforçar o sentimento futurista de Campos, sempre ligado aos maquinismos e às engrenagens.

Na composição tentamos realçar mais o “rrrrrrrr eterno”, optando por colocar diversos r’s descrevendo, quase, uma curva, estando os do lado esquerdo na sua posição normal, enquanto que os do lado direito se encontram voltados para a esquerda, de modo a criar uma certa dinâmica à imagem. Como alteramos bastante a forma das letras optamos por escolher um tipo de letra mais simples, o Baskerville.

Outro elemento que também decidimos destacar foi a palavra “fúria”. Visto que na proposta anterior destacamos um elemento de cor (o nome Alberto Caeiro), nesta achamos interessante realçar mais um elemento. Colocamo-la a vermelho, por ser a cor da raiva, “da guerra. A Marte, deus da Guerra, atribuia-se a cor vermelha, a cor do sangue” (HELLER, 2000:65). Modificamos, ainda, a dimensão das letras e rodamo-la ou para a esquerda ou para a direia para criar, mais uma vez, dinamismo e simbolizar a fúria dos maquinismos. À semelhança do que fizemos no “rrrrrr eterno”, também optamos por usar o tipo de letra Baskerville, por já termos alterado bastante a forma das letras e ser mais simples.

Visto que a composição imprimia já bastante movimento, decidimos manter o “Forte espasmo retido dos maquinismo em” mais simples, optando pelo tipo de letra Myriad Pro, visto ser uma letra mais simples e com linhas mais rectas, escolhemos também a cor cinza por ser mais neutra.

O texto a Times, de tamanho 12 utilizado foi:

“Álvaro de Campos é um dos heterónimos mais conhecidos do poeta português Fernando Pessoa. Este fez uma biografia para cada um dos seus
heterónimos e declarou assim que Álvaro de Campos: “Nasceu em Tavira, teve uma educação vulgar de liceu; depois foi para Glasgow, Escócia,
estudar engenharia naval. Numa férias fez a viagem ao Oriente de onde resultou o Opiário. Agora está aqui em Lisboa em inactividade.”

Como a composição estava já bastante preenchida, optamos por posiciona-lo no canto direito na vertical, a cinzento escuro, de modo a seguir a linha da proposta anterior e ficar mais subtil na composição.

Para o nome do poeta, ao contrário da proposta anterior, optamos por coloca-lo menos chamativo. Colocamo-lo, portanto entre as engrenagens, como se estivesse a rodar com elas, em movimento. Como optamos por algo mais simples optamos pelo tipo de letra Myriad Pro, tal como nas espirais da proposta de Alberto Caeiro.

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