terça-feira, 15 de março de 2011

1ª Proposta Final



Esta é a 1ª proposta de trabalho finalizada. Com o desenrolar das outras propostas achamos que havia bastantes elementos desnecessários, portanto, tal como Mies van der Rohe, decidimos usar a “temática”, Less is More.

A música que escolhemos foi a Hysteria, dos Muse. Desde o inicio notamos a sua força ao começar com o baixo que está por alguns momentos a solo... entra de seguida a bateria com a guitarra... e por fim... o vocalista começa a cantar “it’s bugging me / Grating me / And twisting me around...”.

Ao ouvir a música surgem palavras como: “...bugging me”, “I want it now”, “I’m breaking out”, “Last chance to loose control”, “I feel my heart implode” e “Feeling my faith erode”. Estas sugerem-nos raiva, vontade de escapar a algo. Ao longo da música também nos deparamos com um instrumental agressivo, o baixo sempre no mesmo ritmo, sempre na mesma cadência ao longo da música com excepção do refrão, um baixo com um efeito electrizante, dando sempre força à música. Aos dois minutos e pouco a guitarra começa num solo, sempre acompanhada de bateria e baixo, é o apogeu. Nao são precisas palavras para perceber a sua raiva, o seu desespero.

Decidimos, portanto, usar o mesmo homem preto e branco a gritar, que já usáramos num dos nossos projectos, devido ao simbolismo cabalístico do alfa e do ómega, do principio e do fim. Associadas neste trabalho ao fim por querer escapar “Escaping now” e à possibilidade de haver um novo inicio. Para o representar apenas utilizamos linhas inferidas, ao deduzir-se a direcção implicada nos elementos e formas equivalentes, é portanto uma imagem nivelada, onde são ignoradas e iliminadas certas diferenças. Não estando, portanto, representado um homem fidedigno, mas sim, apenas os seus traços.
Tanto o homem como o fundo estão sem textura nenhuma.
Para este trabalho, baseando-nos um pouco na pop arte de Lichtenstein, sem qualquer efeito de degrade, as poucas sombras que utilizamos foram induzidas apenas através de linhas, neste caso inferidas, como já foi supra referido.
Procuramos ainda fazer um jogo de assimetria, do lado direito apenas está o homem que grita induzido pela raiva, enquanto que no esquerdo apenas está o fundo vermelho, “o rei das cores”, segundo Goethe. Este é a cor da força, da violença e, por consequência, da raiva, “é o pólo oposto ao passivo, azul suave e branco inocente” (HELLER 2000).
Não nos prendamos apenas à letra, pois o instrumental também é bastante importante para decifrar uma música, não nos esqueçamos do dinamismo da música e da sua força, pois o vermelho é também dinâmico é activo.
É importante analisar as duas cores juntas, as mais fortes da composição – vermelho e preto. Se vermelho é dinamismo, preto é a ausência, é a ausência de luz, é o “preto absoluto”, tudo acaba no preto, tal como a nossa leitura da imagem, da esquerda para a direita. Como o preto inverte qualquer significado, é como se de vermelho, da paixão exacerbada, passasse para o ódio, exprimindo então toda a raiva da música.
Para suavizar um pouco a composição, decidimos colocar duas linhas horizontais na parte de baixo do trabalho. São duas linhas pretas sobre fundo vermelho, contudo suavizavam, pois se não existissem apenas víamos o trabalho dividido em dois, a parte da esquerda a vermelho e a parte da direita maioritariamente a preto. Sendo assim, apesar da assimetria patente, há um ponto de harmonia.

A realização deste trabalho foi maioritariamente no Adobe Illustrator, tendo também usado o Adobe Photoshop para finalizar o trabalho.

Sem comentários:

Enviar um comentário